sábado, 15 de agosto de 2009

Coisas Que o Políticamente Correto me Obriga a Fazer

Dramatizada Essencial para o contexto da postagem.

Aula de redação. Colégio *** **** (não quero ser sequestrado). Dia Chuvoso. A sala úmida. Os rostos tristes. A professora irrtada. A lousa suja.

Sim, foi basicamente nesse tipo mega clichê de escrita que devíamos começar um texto. A professora passou o seguinte trecho, que deveria servir de primeiro parágrafo do nosso trabalho:

"O Jornal estava dobrado sobre a mesa simples. A toalha limpa, a louça branca, o pão fresco. A faca manchada de sangue permanecia em minhas mãos."

A véia maluca ainda pediu para não deixarmos um final "batido" . Bom, os fins justificam os meios. Isso se aplica ao começo também, eu acho...

Enfim, após ler esse trechinho ridículo, eu e um amigo fizemos um texto tirando sarro dessa maneira bizarra de escrita. Estava ficando assim (até ser interrompido):

"O Jornal estava dobrado sobre a mesa simples. A toalha limpa, a louça branca, o pão fresco. A faca manchada de sangue permanecia em minhas mãos. A marmota estava na água, a lagosta estava de molho no caldeirão, o bujil cantara a meia noite e Pongo buscava seus 101 filhos..."

A história teve que parar por aí, pois foi tão críticada que os xingamentos que flutuavam na minha mente corroeram completamente a minha criatividade.
Segundo o 'público' do local, o texto não estava "de acordo com a proposta" e jamais iria pra alguma mostra cultural (nunca soube o que é isso), pois não era politicamente correto. Acho que ela falou tanta linguiça pra dizer que não tem senso de humor.

Fiz um texto moribundo e, admito, não tive o menor prazer em escrevê-lo. Final ridiculamente sem graça - seguindo o início dado - um clímax bizarro e non-sense e o texto no geral, completamente chato e mal escrito. Bom, ficou assim:

O Jornal estava dobrado sobre a mesa simples. A toalha limpa, a louça branca, o pão fresco. A faca manchada de sangue permanecia em minhas mãos. Eu estava estático, não acreditava no que acabara de fazer.
Com as mãos tremendo, larguei vagarosamente o maldito instrumento que utilizei para cometer o que poderia ter sido o pior erro da minha vida
Andando com passos leves, afastei-me do defunto e puxeiuma toalha. Quase que com lágrimas nos olhos sequei o sangue dele de minhas mãos. Observava fixamente o corpo enquanto perguntas brotavam na minha mente: Por que fiz aquilo? Não havia outra saída?
As consequências nem passavam por minha cabeça, tampouco esconder o corpo do coitado. Havia algo naquela cena aterrorizante... algo doente, porém, algo de que eu estava gostando.
Minha expressão mudou completamente. Aquele corpo sem vida, que há pouco era assustador, agora me causava certo sentimento de... alegria. Guardei minha faca - ainda ensanguentada e fui andando calmamente até a porta.
Não me dei o trabalho de tirar o corpo dali, do local onde o matei, pois afinal, era ali que deveria ficar. Naquela manhã, descobri quem eu realmente era.

Sim, o texto é horrível, e sim, foi realmente uma exemplificação idiota para o "Politicamente Correto", mas foi a única história que me ocorreu atualmente e que servia de exemplo para isso.

Digo... pessoas brancas são chamadas de brancas... pessoas pretas são chamadas de "negras". Afinal, o nome da cor é qual?
Não tenho preconceito e se eu fosse negro ao invés do branquelo nerd que sou, não me ofenderia em ser chamado de preto.
Entre outras, se pode fazer piada de taxista, mas não de judeu. Taxistas não tem sentimentos? São apenas robôs que sabem indicar a direção de qualquer lugar que você perguntar?

O que eu acho engraçado no "humor negro", certas vezes, não é nem a piada. É a indignação patéticas das pessoas em relação a piada. Você se ofende com uma piada que não é redigida a você, mas não se importa com a piada que zoa sua personalidade ou cor de pele? Isso pra mim não faz o menor sentido, deve até fazer para algumas pessoas, mas discordo de tal opinião.

É errado fazer piadas de judeus, dizendo que eles nos cobram terríveis impostos como vingança?
Bom, prendam todos os que acharam graça do russo do "skavuska" da NET, pois os soviéticos foram os que mais sumiram do mapa na Segunda Guerra.

Já que todo mundo aqui é americanizado, pra que se preocupar com a "mãe rússia"?
O taxista russo será a nova febre das piadas de stand-up.

Espero que tenham entendido os exemplos, novamente, não estou dizendo para fazerem uma passeata em amor a Trotsky, são exemplos, povo, exemplos, apenas compreenda o ponto do texto.
Perdão pela postagem enorme e pelas exemplificações exageradas. Não se culpe por não ler, nem mesmo eu li, apenas escrevi.

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